quinta-feira, 26 de março de 2009

MORTE CEREBRAL

Ontem, em um comentário aqui no blog, li o que sempre defendemos! O problema dessas mortes sempre existiu. SEMPRE! Hoje, com certeza, a mídia dá mais importância, porque chegou na classe média. As favelas, as vilas e os bairros pobres estão acostumados a verem mortes, estupros, drogados, todos os dias. Pais que matam por droga, por comida. Ladrões de alma, que querem o direito de ser gente. O nosso objetivo é mostrar que estamos vivos, querendo viver. Sabemos o quanto é difícil esta luta, e podemos perder a vida antes de perder a guerra. Mas devemos desistir? O público alvo da ESTAMOS DE LUTO é, justamente, os de renda baixa. Queremos incluir um pouco de educação social, queremos mostrar que eles podem seguir outros caminhos. SIM, é quase um delírio achar que alguns jovens indignados conseguirão, por isto pedimos a ajuda de todos. A violência sempre existiu, mas é preciso amenizá-la. É preciso sobreviver.


Texto de Ráisa Torterola Barbosa, em dez de outubro de 2008

AOS QUE ACREDITAM EM REMÉDIO/ MILAGRE

Para mim basta! CHEGA! Extrapolou dos limites "extrapoláveis"! É muito pior que aquelas histórias de amor proibido. Muito mais que Romeu e Julieta. A paixão do homem, o poder, a sede de vingar. Chega. Para mim basta. Até onde vão os sentimentos de uma pessoa normal? Quem, por mais ignorante que seja, não conhece o poder de fogo de um revólver?
Eloá, de 15 anos, morta, depois de ser mantida em cativeiro, após terminar um namoro. Igor, estudante de direito, morto, com bala perdida, em uma festa. Essa é a sociedade que forma " o futuro do Brasil". Matando-se, destruindo-se. E a culpa, que todos alegam, é amor demais.
Amor demais? Até quando vamos deixar que uma fração de segundo termine com vidas?
Igor, por feito da vida, estava no lugar errado, na hora errada. Estudava justamente o direito, e queria aprender a entender a mente de uma pessoa. Estudava a justiça, e morreu por falta dela.
Eloá tinha um grupo denominado "bonde das glamurosas". Morreu de uma maneira trágica, sem brilho, sem glamour.
Quando a sociedade vai entender que não existem desculpas para a destruição, para o assalto de almas? Aos princípios familiares? Ao único amor: à vida?
Basta. Para mim chega! Extrapolou dos limites extrapoláveis!
A morte cerebral não tem cura, remédio. Alguns acreditam que um milagre, apenas, é o que pode salvar alguém. A sociedade está morrendo. Dia após dia. E eu lamento não poder desligar os aparelhos que nos mantêm apenas mortos vivos. Mortos.

Texto sobre a violência, realizado para atividade avaliativa na graduação de Jornalismo, na UNISINOS. A nota dada pela professora foi 10. O importante é saber se pelo texto e suas normas, ou pelo texto e seus fundamentos.

Alguém ainda acredita em remédios para a nossa sociedade? Ou é mais fácil desligar os aparelhos?

Um comentário:

  1. Bá...sem comentários! Sério fiquei sem palavras depois de ler esse texto!! Só tenho uma coisa a dizer: Parabéns Ráisa!
    Eu acredito que a nossa sociedade ainda tem jeito...e os melhores "remédios" para ela somos nós! A Estamos de Luto vem representando, para mim, uma nova tentativa de nos matermos vivos! Acredito, sim, que conseguiremos atingir nossos objetivos, e curar, aos poucos, essa sociedade tão machucada e maltratada! Vamos dar mais valor à vida, acretidar nos nossos objetivos e, principlamente, em nossa UNIÃO! Juntos, nós podemos tudo!!

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